Deixai vir a mim as criancinhas!!!

No final de semana em que ocorreu o XVII Germinar em Currais Novos (18 e 19/10), tive a ideia de levar as crianças que participam do "Jardim da Fé" para um "retiro" no Rancho São José. Na verdade, o Jardim da Fé surgiu como uma necessidade voltada para catequese das nossas crianças, isto é, dos filhos dos casais daqueles que participam do grupo de oração chamado Germinar. Assim, desde o início desse ano, semanalmente temos tido esse encontro aos sábados, e para todos nós tem sido uma experiência incrível. Como eles nos ensinam!!!

Confesso que o desafio para ensinar catequese aos pequenos é grande, pois minha experiência sempre foi com jovens e adultos, com exceção daquilo que faço em casa com os meus filhos. Entretanto, a proximidade que tenho com todos eles (sou uma espécie de "tio" e padrinho de alguns) facilita bastante nossa convivência e diálogo para tratar das coisas de Deus. Desse modo, minha formação cristã muito voltada para os pequenos detalhes do cotidiano acaba por influenciar consideravelmente nas catequeses dirigidas no Jardim da Fé. 

Obviamente que precisei me adaptar a toda a realidade infantil. Tive que tirar a "poeira" do violão e aprender novas canções (e as velhas canções que fazem sucesso com eles! rsrsrs); aprimorar o dom para contar histórias; e acima de tudo, estimulá-los a cultivar e partilhar aquilo que temos de mais precioso, ou seja, a fé. 

Nesse sentido, o cultivo dessa fé cristã não se dá de forma automática ou mágica, mas parte do pressuposto que eles já são auxiliados por seus pais, e aqui fica sempre aquela afirmação "clichê" do quanto os pais são importantes nessa formação, sendo eles os verdadeiros e primeiros catequistas dos seus filhos. Além do mais, a formação cristã não se restringe a questões religiosas, mas também no aprendizado de valores morais. Por isso, sempre faço questão de enfatizar aspectos como respeito, amizade, obediência, dentre outros assuntos.

No final de semana no Rancho São José, iniciamos o "retiro" com a explicação das REGRAS que DEVIAM ser seguidas naquele encontro. Isso mesmo senhores pais e amigos! Nossos filhos precisam entender que em todos os lugares existem regras. Se nós não ensinamos isso a eles, há uma probabilidade enorme de formarmos um adulto desobediente e demasiadamente "birrento" que não aceita nada que não esteja conforme sua vontade. Assim, após explicada as regras, todos estavam cientes do que poderia ou não fazer. E alguém pode perguntar: E criança sabe de alguma coisa? Como vai está consciente do que faz? Sinto informar que elas são mais conscientes do que nós na grande maioria das vezes. Os pais é que muitas vezes "fecham os olhos" para coisas que não querem enxergar. 

É ver o filho dando uma de "brabo" na frente dos outros por uma causa fútil e dizer mais ou menos assim: "Ele acordou chateado hoje!" Ora ora, papai e mamãe! Até que ponto você vai permitir essa "brabeza" toda do seu filho? Ele precisa compreender que isso é inadequado, principalmente na frente dos outros, e que não há motivo para essa "brabeza"; é cobrar organização ou pontualidade quando os pais não são organizados ou pontuais; dentre tantos outros exemplos que poderiam ser citados.

E então durante esses dois dias que estivemos juntos, um "sininho" ditava o momento de acordar, de tomar banho, de fazer as refeições, de realizar as tarefas, de brincar... Pense que o toque do sino funcionou! E eles adoraram. Vejam que são coisas simples que podem fazer a diferença.

Na noite do sábado após o jantar, rezamos o Santo Rosário. Momento simples e magnífico!!! Escutar crianças de 4 a 12 anos rezarem suas intenções de forma espontânea é uma experiência belíssima. Como eles amam a Virgem Maria e confiam em sua intercessão. Se há alguma "semente" do XVII Germinar lendo essa postagem, acredite: TODAS as crianças que estavam rezando o Terço pediram a Nossa Senhora por sua vida, pelo encontro que você vivenciou durante aquele final de semana no CIAC. Os servos também foram citados, além dos familiares. Após a oração, tivemos um filme para terminar a noite.

Na manhã do Domingo - Dia do Senhor - iniciamos o dia com uma bela oração e fraternidade entre eles. Tenho que afirmar que é um dos momentos mais belos que acho. Você vê a alegria que brota do coração! Sorrisos, abraços e louvores são entoados facilmente. Tudo isso regado a canções que nos ajudam a rezar. Assim, após esse momento de oração, tivemos o café da manhã, que logo em seguida, trazia as atividades/tarefas a serem executadas por eles, tais como: arrumar as camas e organizar a casa; lavar, enxugar e guardar as louças; varrer a casa e o alpendre, etc. E então contemplávamos a união das duplas nas tarefas, a concentração em realizar as atividades, além da empolgação em perceber que estavam sendo úteis e ajudavam em algo. Aqui vale destacar que o intuito é de incentivar a cooperação, a ajuda mútua, ao trabalho (e não me venham com esse papo de que estou escravizando os meus filhos e os dos outros!), a disciplina. 

 

 

 

 

Terminado as tarefas, momento de reflexão e catequese debaixo de uma bela sombra de um cajueiro. Ali falei sobre o Semeador, através da parábola bíblica tão conhecida por nós. Observem: eles tem sede por aprender sobre Jesus Cristo, sobre a sua fé, sobre aquilo que é importante para nós. Essas partilhas são feitas com comentários, percepções dos pequenos e exemplos mais variados para que eles compreendam bem o que está sendo exposto. 

Após essa reflexão, hora de BRINCAR!!!!! Lógico que criança precisa brincar... E isso deve ser cultivado por nós. E uma das coisas mais importantes: os pais devem brincar com seus filhos! Desse modo, jogamos bola, houve quem quisesse ficar mexendo na areia, fazendo lama... Isso durou até a hora do almoço em que todos já estavam "sujos" e famintos. Toca o sino!!! Reúnem-se todos e lentamente vão tomar banho e se preparar para almoçar. Termina o almoço e alguns assumem novas tarefas como lavar as louças. 

Descanso breve e como criança reunida não costuma dormir a tarde, resolvi trabalhar um pouco a imaginação deles. Na oportunidade tínhamos um excelente motivo para fazer uma "carta" a um rebento que estava para nascer (João Pedro - filho de Alisson e Leila). Assim, todos deram as boas-vindas ao pequeno João (nosso Bacaninha) através dos seus desenhos e da hashtag #VEM PRA FORA BACANINHA

Em seguida, já era momento de se arrumar para o encerramento do XVII Germinar que acontecia em Currais Novos. E lá fomos nós! Naquele encerramento, eu só podia dizer OBRIGADO ao Senhor por se revelar a nós através dessas crianças. Como elas me ensinaram naqueles dois dias... Sou verdadeiramente um homem abençoado e amado (demais!) por Deus! Que venham outros retiros!

Aos pais que confiam os seus tesouros, Deus lhes pague! A Fabinho, Telma, minha mãe Iaponira e a minha esposa Adélisan, obrigado pela ajuda!

De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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Obs: Essa foto sintetiza como foi nosso final de semana no Rancho São José! A alegria de estar unidos em Deus... "Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham" (Mt 19,14).

 No louvor/oração da manhã... Foi um momento que certamente ficou marcado no meu coração de pai, de tio/padrinho, de cristão, de servo, de músico, de criança, de filho do Pai!!!