terça-feira, 7 de novembro de 2017

Pais e mães: heróis



Nossos passeios são sempre recheados de conversas e brincadeiras. No carro, sempre iniciamos nossas viagens com orações e em seguida, entre um cochilo e outro das crianças, a conversa rola solta, geralmente ao som de inúmeras canções. Nesse último final de semana, retornando de Recife, escutávamos a canção “Pra sempre meu herói” de Ziza Fernandes (https://www.youtube.com/watch?v=7y_CLAAFeYU) e ao término desta, Pedro José disse uma frase que me fez refletir sobremaneira: “Papai, o senhor e mamãe são os meus heróis.” Ficamos honrados com aquela menção e olhamos um para o outro (eu e minha esposa) trocando um leve sorriso até que o pequeno continuou: “São heróis porque o senhor e mamãe me levantam quando eu caio, não é?”.

Puxa vida! O garoto com apenas 4 anos entendeu o significado de heroísmo... Apesar dele gostar muito do Homem de Ferro, do Capitão América, do Hulk, do Batman e dos Power Rangers, a figura de herói por ele entendida vai muito além daqueles que destroem os monstros e passam repetidamente na telinha. É bem verdade que os pais nem sempre conseguem parecer tão dispostos ou tão “perfeitos” quanto os inúmeros super heróis que nunca morrem nem envelhecem... Não! O tipo de heroísmo dos pais é deveras distinto e peculiar, pois brota do Coração de Deus que nos ensina a sermos pais e mães (Ef 6,1-4). Esse heroísmo exige de cada um de nós desprendimentos, renúncias, confiança em Deus, entrega, paciência, esforço, muito esforço.

 


Sabe aquele livro que você gostaria muito de comprar? Isso mesmo, você não compra para poder presentear seu filho com aquele brinquedo que ele tanto deseja. E aquela roupa do final do ano que passei o ano observando? Não, o dinheiro não dá para as roupas de todos, as deles são prioridades. Esses são exemplos corriqueiros dentre tantos. No mais, quanta apreensão quando eles se submetem a uma prova como a do Enem? Parece que ficamos mais nervosos do que eles! E às vezes que assisto aquele desenho animado meio sem graça no lugar do jogo do meu time, apenas para ficar perto deles? E quando bate o sono, daqueles que quase não seguramos, mas precisamos ficar atentos para o horário do remédio que se aproxima? Isso mesmo queridos pais, somos uma espécie de heróis, de carne e osso... 

Quando eles caem, devemos ser nós os primeiros a ajudá-los; a estendermos as mãos; a acalentar com um abraço, que às vezes mudo, fala mais do que mil palavras. Esse cuidado desde cedo nos orienta para aquilo que a vida ainda nos apresentará, isto é, a fase da adolescência, da juventude, da vida adulta, da velhice dos filhos... Quem dera termos essa graça de sermos perseverantes no caminho do Senhor junto dos nossos filhos. A educação deles parte do pressuposto de que somos educados na mesma escola de santidade – a Igreja. Por isso, “educa o teu filho, esforça-te por instruí-lo, para que te não desonre com sua vida vergonhosa” (Eclo 30,13). Dito isto, fica claro porque o Senhor colocou como dever dos filhos um dos 10 mandamentos: “Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra que te dá o Senhor, teu Deus.” (Ex 20,12).
Sempre que vejo ou leio na minha timeline ou em outros lugares, jovens (não tão jovens assim) com seus 25, 30, 35 anos, com comportamentos de adolescentes, fico a pensar: Se fossem pais, se tivessem a coragem de constituir uma família ao invés de viver imerso exclusivamente num mundo virtual e na maioria das vezes irreal, veriam como as responsabilidades de uma casa, as contas a pagar, os filhos para limpar, ou qualquer outra ação típica de um pai e de uma mãe, seriam salutares para sua formação, para sua vida.



Para terminar, sugiro aos pais que louvem a Deus pelos seus filhos; que os filhos exaltem o Senhor pelos seus pais... Aproveite o final desse texto e o link dessa canção de Ziza logo ali acima e permita-se pensar nos seus heróis nessa terra... Tenho certeza que um sentimento belo surgirá no seu coração... Um dia você também caiu quando criança, e alguém veio lhe levantar...


Em tempo: acabo de escrever esse texto ao som dessa canção e quando Pedro José a ouviu, veio correndo ao meu encontro com os braços abertos e disse novamente: "O senhor é meu herói!" Presente melhor não há!

Abraço fraterno,



De um indigno escravo da Cruz e da Virgem Maria

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